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A China se manteve fechada desde março de 2020, quando os casos da covid-19 tiveram um aumento significativo, para controlar os casos de seu próprio país e evitar a disseminação do vírus, dessa forma os estrangeiros estavam proibidos de ingressar no país, o que foi um fator que gerou muita dificuldade para trabalhadores internacionais que não conseguiram retornar para dar continuidade a suas atividades.

Agora, em março de 2021, após um ano com o país fechado para os estrangeiros, a China decidiu na última segunda-feira, dia 15, liberar as entradas no país, sob algumas condições. Só poderá ser permitida a entrada de estrangeiros que necessitam retomar o trabalho na China, para viagens de negócios ou por necessidades humanitárias, como por exemplo o reagrupamento familiar.

Para estes casos, onde a entrada passou a ser liberada, é necessário ainda, ter tomado a vacina chinesa contra o coronavírus obrigatoriamente, ou seja o estrangeiro que deseja entrar na china deverá ter tomado duas doses da vacina chinesa ou pelo menos a primeira dose em 14 dias antes de dar entrada no pedido de visto.

Os estrangeiros também deverão fazer quarentena de pelo menos três semanas assim que chegarem no país, é importante ressaltar que a medida não isenta os estrangeiros de apresentarem um teste negativo ao novo coronavírus.

Através dessa medida a China alega estar em busca dos primeiros passos em direção a normalização e retomada de viagens internacionais.

Impasses da medida

No entanto, a medida apresenta alguns impasses, a nível mundial, isso devido a exigência específica da vacina chinesa aos estrangeiros que desejam entrar no país, excluindo outros imunizantes que estão aprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com taxas de eficácia mais elevadas e aprovadas em diversos países, o que não é o caso da vacina chinesa.

A China já exportou vacinas a 28 países, através da Missão Chinesa na ONU, promoveu programas de vacinação pública em massa na Indonésia e Turquia, e na China cerca de 65 milhões de pessoas foram vacinadas com as cinco vacinas que foram aprovadas e produzidas no país.

Entretanto, nenhuma dessas vacinas foi aprovada pela OMS ou apresentou dados completos de testes de Fase 3, o que fez com que muitos países não optarem pela compra, devido a falta de clareza sobre a eficiência dessas vacinas.

Os dados até então apresentados sugerem que as vacinas chinesas são, na verdade, menos eficazes do que outras vacinas. Dessa forma, muitos países que possuem pessoas em condições e com necessidades de entrar na China, impossibilitadas devido a especificação da vacina da China.

Cerca de 20 países com entrada facilitada 

As novas regras para entrada de estrangeiros na China já foram divulgadas em cerca de 20 países pelas embaixadas da China, de maneira a se esperar que os mesmos tenham entrada facilitada no país após a medida, retomando assim as trocas entre pessoas de maneira ordenada.

Alguns dos países que poderão ingressar no território chines incluem Hong Kong, Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália, Iraque, Tailândia, Croácia, Israel, Paquistão e Filipinas, desde que tenham tomado a vacina chinesa, contra ponto este que tem gerado muita repercussão.

A Austrália, por exemplo, que é um dos países que podem entrar com o pedido de visto, não tem nenhuma vacina chinesa aprovada para sua população, o que faz com que apesar da permissão eles sejam excluídos devido aos critérios.

Dessa forma, é importante destacar que mesmo que o país tenha recebido autorização para solicitação de visto, muitos não serão concedidos pelo critério de exclusividade da vacina chinesa.

Passaporte sanitário

A ideia da nova medida chinesa é criar uma espécie de passaporte sanitário para estrangeiros que desejam realizar viagens para o país, embora a ideia ainda seja considerada precoce pela Organização Mundial da Saúde, ainda mais com o fato de que apenas as vacinas produzidas na China podem favorecer o passaporte sanitário no país. Outras vacinas como a Pfizer ou BioNTech não foram aprovadas pela agência sanitária chinesa.

Como falamos anteriormente, muitos países não estão utilizando a vacina chinesa contra covid-19, mas alguns como Brasil, Turquia, Indonésia e Camboja compraram essa vacina, mesmo com as dúvidas iminentes sobre seus resultados. A nova proposta de imigração chinesa pode sim adiantar a aprovação da vacina chinesa em diversos países.

Dessa forma, podemos concluir que a medida chinesa surgiu como uma proposta emergente para estrangeiros que trabalham, possuem família ou que precisam viajar a negócios para o país.

No entanto, ao mesmo tempo em que surge como uma medida emergente, a exigência da vacina chinesa será um fator de exclusão para pessoas aptas a ir para o país mas que tomaram outras vacinas.

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